quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Um pouco sobre a obra: A Oresteia

A Oresteia, também conhecida como Oréstia, Orestíada ou A Trilogia de Orestes, é uma trilogia de peças teatrais de autoria do dramaturgo grego Ésquilo. É composta pelas tragédias Agamemnon, Coéforas e Euménides. Trata da maldição da tragédia sobre a família de Atreu após o retorno da guerra de Tróia.
É a única trilogia que sobreviveu até aos nossos dias. Foi representada pela primeira vez em 485 a.C. nas Festas dionisíacas de Atenas, em que ganhou o primeiro prémio.

Estrutura da obra
É graças as obras de Ésquilo que podemos dividir e reconhecer as principais estruturas básicas que compõem as tragédias gregas, são elas:

O prólogo - uma introdução que situa o espectador na obra (em Agamemnon pode ser considerada como a fala inicial dada pelo SENTINELA).
O párodo - a primeira entrada do Coro.
Os episódios (ou as partes) - os diálogos ou seguimentos de acção entre os coros.
Os estásimos - todas as intervenções do coro entre os episódios.
O êxodo - última intervenção do coro.

Na tragédia grega, o coro geralmente situa o pensamento da Pólis. As acusações, e sentimentos, e julgamento expressos pelo coro podem ser considerados como o reflexo do povo sobre o acontecido, a 'opinião pública'.

Resumo da obra
Agamenon
Agamenon descreve a morte do rei nas mãos de sua esposa, Clitenestra, furiosa e desejosa de vingança - tanto pelo sacrifício de sua filha, Ifigênia, cometido por Agamenon antes da Guerra de Troia, quanto pela sua manutenção da profetisa troiana Cassandra como concubina. Cassandra adentra o palácio, a despeito de seu conhecimento do fato de que também será assassinada por Clitenestra, pois sabe que não pode escapar de seu hediondo destino. O fim da peça inclui uma previsão do retorno de Orestes, filho de Agamenon, que vingará seu pai.

As Coéforas
As Coéforas continua com a história, abrindo com o relato de Clitenestra de um pesadelo na qual ela dava luz a uma serpente. A rainha ordena então a Electra, sua filha, que faça libações no túmulo de Agamenon (com o auxílio das coéforas do título), na esperança de expiar sua culpa. Diante da sepultura, Electra se encontra com Orestes, que acabou de retornar do seu exilo preventivo na Fócida, e juntos planejam vingar-se de Clitenestra e seu amante, Egisto. Ao retornar para o palácio, Electra alega trazer notícias da morte de Orestes; quando Clitenestra chama Egisto para ouvir a notícia, Orestes mata os dois e imediatamente é atacado pelas Eumênides (as Fúrias da mitologia latina), responsáveis por vingar atos de parricídio e matricídio na mitologia grega.

As Eumênides
A peça final da Oresteia aborda a questão do sentimento de culpa de Orestes.[18] As Fúrias perseguem Orestes, expulsando-o de Argos e obrigando-o a se refugiar no campo. Visita então um templo do deus Apolo, a quem roga por ajuda para espantar as Eumênides; Apolo havia encorajado Orestes a matar Clitenestra, e portanto partilhava um pouco da culpa deste ato. As Fúrias, no entanto, pertencem a uma raça mais antiga de deuses, os Titãs, e Apolo não pode exercer qualquer efeito sobre elas; envia então Orestes ao templo de Atena, com Hermes como guia. As Fúrias, no entanto, o encontram, e estão prestes a matá-lo quando Atena, padroeira da cidade de Atenas, surge e declara que um julgamento será necessário para determinar a culpa de Orestes. Apolo apresenta o seu caso e, quando o júri atinge um impasse, Atena toma uma decisão contrária às Fúrias, passando a denominá-las Eumênides ("Bondosas"), e declarando que no futuro todos os julgamentos em situação semelhante deveriam terminar com a absolvição do réu, já que a misericórdia deve sempre preceder a dureza. As Eumênides exalta especificamente a importância da razão no desenvolvimento das leis e, como As Coéforas, louva os ideais de uma Atenas democrática.

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